O ESCOLHIDO DO REI

Certo rei, muito sábio e prudente, porém já velho, procurava encontrar entre os jovens do seu reino um rapaz que fosse inteligente e capaz, para ser o seu auxiliar e depois sucessor, sendo que não tinha nenhum herdeiro. Após submeter a todos os mancebos a difíceis e diferentes provas, escolheu três dentre eles e designou-lhes a última, decisiva e mais difícil tarefa. Disse a eles que fossem até a grande selva e que cada um deles, dentro de um determinado prazo, lhe trouxesse um grande leão adulto, e assim, logo depois seria escolhido o vencedor. Após se prepararem bastante, os moços partiram. Alguns dias depois, um deles voltou trazendo um grande felino que ele havia abatido com vários tiros de fuzil, após esperar por muitas noites de tocaia sobre os galhos de uma grande árvore. Depois de mais alguns dias o segundo jovem também retornou ao palácio trazendo uma enorme caixa onde havia todos os pedaços de um grande animal que ele havia abatido e esquartejado apenas com a sua espada. Os dois valentes guerreiros foram admirados e elogiados pelo rei, porém ele ainda esperava o terceiro mancebo para que assim pudesse dar o veredito final e eleger o melhor dentre eles. Entretanto, passava os dias e o jovem não retornava e o rei se encontrava cada vez mais angustiado e preocupado com a sua demora, quando numa bela tarde, ele começou ouvir ao longe uns fortes e belos rugidos que estrondava ao redor e se aproximava cada vez mais do seu palácio. Entre os latidos dos cães, grande alvoroço e muitos aplausos, o terceiro jovem apareceu, todo arranhado, muito cansado, porem feliz, trazendo consigo preso apenas por um fino cipó, um grande e lindo animal que ele havia encontrado caído na floresta, quase sem vida, ferido e abandonado pelos caçadores, e que ele o havia curado e domesticado, durante os vários dias em que permaneceu na mata, entregando-o assim vivo, são e manso como uma ovelha ao rei, que não teve nenhuma dúvida em elegê-lo. “Para o mundo, forte, campeão ou herói, é aquele que derrota o mais fraco, mas para Deus é o que suporta e ajuda.” “Mas nós que somos fortes devemos suportar as fraquezas os fracos e não agradar a nós mesmos.” Romanos 15:1. Amir Tadeu de Matos.